Batman - O Cavaleiro das Trevas

No final de março de 1987, eu tinha vinte e seis anos e não colecionava mais HQS, pois estava casado e achava que "pegava mal" um homem nessa idade ter uma "coleção de gibis". Fui à uma banca de revistas mais próxima, apenas para compar jornais... e voltei com um gibi num formato e tratamento gráfico incomuns para a época. Ela mostrava um Batman como um vigilante violento e de certo modo sem escrúpulos. Esse trabalho redefiniu o perfil psicológico do personagem e de alguns vilões clássicos com o Coringa e o Duas - Caras, e acabou para sempre com a amizade cordial com o Super-Homem. Tem como amigo uma espécie de hippie alucinado (Arqueiro Verde) e também uma cafetina (Mulher Gato), mas sua principal aliada é uma menina que assume Robin (Jason Todd já havia morrido na história mas não na cronologia normal.

Foi ao ler essa história densa e violenta que voltei a ficar perdido pelos quadrinhos. Eles passaram a ser novamente um dos meus hobbies favoritos.

De tempos em tempos - retorno ao Cavaleiro das Trevas para relê-lo. Sempre descubro coisas que não havia percebido antes: referências a Edgar Alan Poe, um esboço de ciência política, alguma crítica de mídia e diálogos muito bem sacados.

O Batman do Miller dos anos 80 descrê da eficácia dos poderes constituídos. Ao tomar a lei nas próprias mãos. Até porque isso se calca basicamente na caracterização que o personagem tem desde que foi criado por Bob Kane em 1939. Mas é claramente uma crítica à inabilidade dos poderes constituídos em lidar com problemas concretos enquanto catástrofes acontecem.

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Batman - Dead End (O Verdadeiro "Cavaleiro das Trevas"). O Batman que eu queria ver no cinema !