domingo, 12 de agosto de 2007

A última fábrica de Vinil da América Latina

O vinil resiste através dos tempos

Vanessa Lima, Kleber Melo e Alessandra Nakamassu

Mesmo com o avanço da tecnologia de áudio com o surgimento do CD, passando pelo MP3 e o hoje em dia o IPOD - o Long Play, conhecido também como LP, disco de Vinil, ou ainda “bolachão” - não perdeu força entre os amantes da música e da arte. Ainda existem os prós e contras na aquisição de CDs e LPs. De um lado a praticidade - adquirir uma música rápida e sem custo através da internet; por outro a emoção de ouvir a música predileta produzida pelo som original de uma agulha. As diferenças entre o CD e o LP são muitas - a começar pela sonoridade. A leitura no primeiro é digital e no segundo é análogo, e isso faz uma grande diferença.

“Enquanto o vinil tem som mais grave e mais vivo, o do CD digital ganha definição de agudo e perde no som grave", explica o DJ Akeen. Já os cuidados, tanto com o CD e o LP, devem ser os mesmos, pois os dois riscam e estragam com facilidade. No caso do LP, o material possui a fragilidade de ser riscado, fazendo com que as músicas fiquem com chiados, ou ainda comecem a pular ou repetir durante a execução, enquanto o CD oxida e tem sua vida útil menor.

Uma outra característica que se desfez com o advento dos CDs - e o mais lamentável - foi a perda de espaço reservado para arte nos encartes. "No CD, o espaço para arte de capa é limitado; já no LP é infinito", afirma o multimídia Kid Vinil. Para o bancário Alexandre Verardo Bittencourt, "a capa dos discos, como são maiores, dão mais destaque aos trabalhos, ficando assim mais bonitos". Já para Akeen, ele acredita que “existem bons encartes em CDs; mas nem todos, principalmente as coletâneas que perdem um pouco da beleza”.

Mas nem tudo está perdido! Ainda é possível encontrar capas de CDs estrangeiros com ótimos trabalhos, devido aos esforços de novos artistas. “No Brasil, os selos independentes são mais preocupados com a arte no CD do que as grandes gravadoras”, afirma Kid.

Um outro agravante em relação à aquisição do CDs e LPs está relacionado ao custo. No exterior, o número de colecionadores e apreciadores de vinil é bem maior, obrigando as gravadoras à lançar compactos, remixes e LPs em tiragens limitadas, além de singles (CD com média de 2 músicas), principalmente para DJs. Porém, o custo do LP é elevado, acarretando na escolha do CD pelo público; ainda mais no Brasil, com uma sociedade que não possui um padrão para consumir CDs com preços normais, acarretando assim na compra de CDs piratas, de qualidade bem inferior.

Mesmo com tanta modernidade, praticidade, custo baixo e CDs piratas por toda parte, ainda existem aqueles que não trocam seus discos de vinil por nada. Para se ter uma idéia, a edição original de Necrophilia (1972) da banda de rock Rolling Stones, custa entre 5 e 10 mil euros, segundo o autor do catálogo “Record Collector Dreams” Hans Pokora, considerado como o maior colecionador do mundo, com cerca de 8,5 mil discos de vinil, todos raros. Pelo visto, o bom e velho vinil nunca deixará de despertar paixão em seus amantes colecionadores.

Essas imagens valem mais que mil palavras, mostram a última fábrica de vinil da América Latina, localizada em Belford Roxo - RJ. - Podem ainda não ter acabado no Brasil, mas tá bem, bem caidinha !!!

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